ArcGIS Pro: Reclassificação de Raster pelo Arquivo de Texto ASCII

Conceitos de representação raster contínua e discreta

O uso das técnicas de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto no Sistema de Informações Geográficas (SIG) depende dos dois modelos de dados espaciais: vetor e matriz. Ao estudar fenômenos do espaço geográfico representados pela modelagem matricial ou modelagem raster, um determinado fenômeno pode ser exibido na aplicação SIG pela sua forma contínua ou forma discreta.

Considere, por exemplo, o fenômeno elevação. A partir de um dado ponto (o nível do mar), o relevo passa a ser medido continuamente para o continente ou para o fundo oceânico. Na representação raster, as células agregam valores variados para cada nível de cinza registrando informações numéricas acima ou abaixo do mar. O mesmo acontece com a interpolação para geração de um raster de precipitação, declividade, derramamento de óleo, variação de temperatura, e assim por diante.

Um fenômeno contínuo é difícil de ser mensurado. Em outro exemplo, ao aplicar uma interpolação para atributos relacionados a uma dada doença, podemos considerar essa projeção como contínua, pois suas fronteiras são difíceis de serem estabelecidas. Em outras palavras: na representação raster contínua, temos dificuldades para estimar onde os fenômenos começam e onde terminam.

Acesso ao artigo do InstrutorGIS

Reclassificação de um Raster no ArcGIS Pro

Clique na imagem abaixo e acesse o artigo em PDF:

ArcGIS Pro: Reclassificação de Raster pelo Arquivo de Texto ASCII

Para casos desta natureza, talvez seja necessário fazer uso de uma representação raster discreta ou categórica. Basicamente, o raster discreto é ideal para a quantificação porque possui fronteiras distintas e mensuráveis. O mapa de solos e o mapa de uso e ocupação do solo são alguns exemplos de dados discretos porque geralmente suas células utilizam números inteiros para classificar um tema (1 = Floresta; 2 = Agricultura; 3 = Pastagem, etc.).

Conceito de Reclassificação de Raster

Para qual finalidade utilizamos a Reclassificação de Raster? Resposta: para transformar um determinado raster contínuo em raster discreto, como pode ser observado na ilustração acima. O principal objetivo do processo de Reclassificação de Raster no ArcGIS Pro é agrupar valores contínuos em intervalos de classe definidos pelo utilizador da ferramenta SIG. Somente o raster reclassificado pode avançar para etapas seguintes como vetorização e cálculo de área para os indivíduos devidamente agrupados.

O objetivo deste artigo é apresentar as técnicas para a Reclassificação de Raster com intervalos de classe registrados em um arquivo de texto.

Dados utilizados na Reclassificação de Raster

Para ilustrar todo o processo, você deve realizar o download do Modelo Digital de Elevação (MDE) TOPODATA, que foi submetido a etapas de download, reprojeção e remoção do pixel valor zero no ArcGIS Pro.

Após realizar o download do MDE, vamos avançar para as regras para a Reclassificação de Raster no ArcGIS Pro.

Definição dos Intervalos de Classe

A construção dos intervalos de classe aplicados no processo de reclassificação depende da disposição do arquivo de origem. Abaixo, temos duas representações hipsométricas construídas para os estados do Alagoas e Rio Grande do Sul. Perceba que ambos os estados são banhados pelo Oceano Atlântico:

O primeiro mapa possui intervalos a cada 50 metros. No segundo mapa, as classes são agrupadas em intervalos de 100 metros com uma pequena variação nas regiões mais elevadas. Estes são dois exemplos de representação discreta do relevo pela Hipsometria, um tema que vamos estudar no próximo artigo.

Para Sergipe, a terceira Unidade da Federação mencionada neste documento que possui uma fração de litoral, optamos por agrupar todas as classes a cada 100 metros. No ArcGIS Pro, repare que a rampa de cores em tons de cinza possui um intervalo de valores mínimo de 1 e máximo de 725, indicando que o relevo do estado é moderadamente movimentado.

Esta rampa é útil para a definição dos intervalos que pretendemos configurar para Sergipe. Se considerarmos um agrupamento de classes a cada 100 metros, teremos o seguinte cenário para representação discreta da altitude naquele estado:

Analisando as condições do TOPODATA em Sergipe, foi possível configurar 8 intervalos de classe capazes de assegurar os valores de 1 a 725. Esta é a lógica para construção das classes de altimetria. Na etapa seguinte, devemos escrever essa premissa na linguagem do algoritmo.

Regras para a Reclassificação da Altimetria

A técnica para construir o arquivo de texto na linguagem do algoritmo funciona da seguinte forma:

VALOR INICIAL – VALOR FINAL – SEPARADOR – VALOR INTEIRO

Na linguagem do algoritmo, as regras para Sergipe devem ser formatadas de acordo com o exemplo abaixo:

Para o último intervalo, eu mantive o valor 800 para tornar o modelo uniforme, porém, sabemos que o TOPODATA de Sergipe possui altitude máxima de 725 metros. Salve o documento. Na última etapa, vamos aplicar a reclassificação com base neste arquivo de texto.

Reclassificação do MDE pelo Arquivo ASCII

Use a pesquisa do painel Geoprocessamento ou navegue pelas caixas de ferramentas:

FERRAMENTAS DO SPATIAL ANALYST – RECLASSIFICAR – RECLASSIFICAR POR ARQUIVO ASCII

Indique o mosaico de Sergipe como raster de entrada e localize o arquivo de texto ASCII que contém as regras que o algoritmo é capaz de ler (sem texto e apenas com os valores numéricos dos intervalos). Por último, indique um nome e um local de saída para o arquivo GeoTIFF e pressione o botão Executar.

Resultado da Reclassificação

Um novo arquivo de uma única banda será gerado. Esta é a Hipsometria de Sergipe reclassificada pelo arquivo de texto. Você pode selecionar uma rampa de cores aleatória para diferenciar as classes temáticas geradas.

Fim do artigo. A seguir, vamos trabalhar essas cores e aplicar um efeito tridimensional para o TOPODATA. Este artigo é parte da solução adotada para gerar o Mapa Hipsométrico no ArcGIS Pro. Continue acompanhando as dicas do site InstrutorGIS e procure colocar essas dicas em prática.

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